24/02/2013 1 comentários

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Passagens na mão, hospedagem garantida, contagem regressiva para o nosso feriadão de 15 de Novembro, que seria dali alguns dias. Aquela semana foi lenta, a mais lenta de todas. Contava nos dedos os dias para pegar a estrada e poder passar alguns dias do lado dele, depois de tanto tempo assim, depois de anos.

Não fazia ideia de como seria, poderia ser muito bom ou muito ruim. Poderia ser mágico ou desastroso. Poderia por tudo a perder e acordar daquele sonho que estávamos vivendo. Poderia ser o fim!

Mas não, foi só o começo e foi lindo! Posso garantir!

Saímos daqui de Porto Alegre no fim da tarde, chegamos a Tramandaí noite já. Ficamos no Hotel Schenkel (que nos acompanha até hoje em nossas idas para a praia). Fomos para o nosso quarto, largamos nossas malas emcima da outra cama, nos olhamos e nos amamos selvagem e loucamente!

Ah, brincadeirinha. Não foi nada disso. Bem pelo contrário.

Estávamos tímidos (eu pelo menos), digamos assim. Não sabia o que falar, nem o que fazer. Por onde começar? Fomos jantar, pois era o melhor a fazer naquele momento.

Jantamos, caminhamos um pouco ela Avenida Emancipação e logo mais voltamos para o hotel. Estava nervosa, não vou negar.

Nervosa por quê? Porque sim! Minha cabeça estava um turbilhão de coisas. Meu maior medo era "não rolar". Tipo, não ter química, me decepcionar, e pior, decepcionar ele também. Como disse lá emcima, poderia ser mágico ou desastroso. Quando se cria muita expectativa, se algo dá errado, isso é terrível.

Pensando como mulher, tinha medo de mim, do meu corpo, do meu comportamento. Afinal de contas, quando se fica quase quatro anos com uma pessoa (meu ex) a gente se acomoda e perde o jeito. E mais, ele também vinha de um longo relacionamento de praticamente 10 anos. Acredito que ele também estava com medo de alguma coisa. Mas foi tudo tão bom, tão gostoso, tão perfeito que encaixou direitinho! Deu tudo certo. Era a nossa primeira vez juntos depois do dia 6 de novembro. E mais do que isso, era a nossa primeira vez juntos, depois de anos! Eu só sabia chorar, chorar, chorar... (como agora, por exemplo, escrevendo isso).

Enfim, foi um feriado maravilhoso. O tempo estava bom também, apesar do vento forte na beira da praia.

Encontramos minha irmã e meu cunhado por lá, que estavam hospedados em Capão da Canoa, mas perdidos em Tramandai. No último dia, pegamos uma carona, passamos o dia com eles e a noite, pegamos a estrada de volta para Porto Alegre. Foi uma volta longa e cansativa. Horas na estrada, aquele engarrafamento clássico de volta de feriado que nós conhecemos.

Estávamos escutando Love Songs da Rádio Cidade. E eu me lembro de que quanto mais perto de casa, mais eu chorava no ombro dele. Não de prantos, mas chorava. Uma lágrima atrás da outra, pingava na camiseta. Segurei forte no braço dele, pois não queria que aquele momento acabasse nunca mais.

Me lembro que ele me deu um beijo na testa e disse "calma, não chora, esse é o primeiro de muitos".

Paramos no Centro para deixá-lo em casa. Ali acabou o nosso feriado.

E ficou aquele gostinho de quero mais...

(continua)
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