18/01/2013

Do pó vieste ao pó retornarás



Hoje tomei uma decisão importante na minha vida.

Fiz um plano funeral. Sim, um plano funeral.
Mas não qualquer plano, é um plano funeral com cremação.

Até então eu nunca parei para pensar na minha morte. Mentira, eu já parei sim. Morro de medo de morrer cedo, sem ter feito metade das coisas que planejo para a minha vida (e todos os envolvidos). Mas digo que nunca parei para pensar no "depois que eu morrer".
Enterrar? Cremar? Acho que é só isso que temos de opção não é?

Enfim, serei cremada. Reduzirei-me a pó e minhas cinzas serão jogadas sabe-se lá Deus onde. Isso de fato eu não vou parar para pensar, pelo menos não agora.

Mas olha que bacana e interessante esse lance de cremação.

Minha primeira pergunta após assinar o contrato e receber a carteirinha do plano foi o tempo de carência para usar o "plano". Pasmem, tenho que esperar 180 dias (cento e oitenta dias) para usar o plano. Ou seja, morrer antes disso, nem pensar.

Mais informações, eu posso ligar para o 0800 da carteirinha e serei informada. Bem capaz!
Tinha um vendedor de plantão na funerária. Então você vai me explicar direitinho como funciona isso. Ele insistiu muito em ligar para o 0800, mas sabe como são esses callcenters né, uma negação. Maldade...

Então ele foi se soltando, soltando, e foi falando, falando e olha só que bacana!

Apartir do óbito, eles fazem todo o esquema pra você, todo mesmo. Preparam velório, decoram caixão (eles chamam de urna), decoram o cadáver, decoram a capela, até o cafezinho eles preparam.

Mas antes disso, algo muito importante. A pessoa ainda em vida (óbvio) deverá manifestar em cartório a sua intenção de cremação. Salvo raras exceções, algum familiar próximo pode autorizar e em outros casos, um laudo médico também serve como autorização.

Mas não é qualquer um que pode ser cremado. A cremação é regulada pela Constituição. Mortes violentas não permitem cremação. Como assim? Esquartejamento, tiros (múltiplos) ou qualquer coisa que destrua o corpo, não pode cremar. Até pode, mas só com autorização judicial e mais um monte de coisas que irão solicitar.
Mas por quê?
Se for necessária uma exumação, já viu né? Não tem como exumar depois de cremado...

Morte natural, ok, pode cremar.

Voltando algumas casinhas, você morre, alguém liga para o plantão da funerária, eles preparam TUDO. Após o velório, leva-se o caixão para o forno.

Ah, o forno. No meu caso, a funerária não tem forno em Porto Alegre. Então eles levam o cadáver até Caxias do Sul. Sim, a cremação, o fogo, o forno é tudo em Caxias do Sul. Muito importante saber, a cremação só poderá ser feita após 48 horas do óbito. Passado este tempo, feita a cremação, eles colocam as cinzas numa urna, numa caixinha bem ajeitadinha e devolvem para a família.

Achei num site uma breve explicação sobre a cremação. E sim, eles queimam o corpo e o caixão juntos e através de uma seleção mecânica, removem partes não inflamáveis, separam e entregam para a família. O tempo da cremação pode levar de 1h até 4h.

Só não curti essa história de ir para Caxias e voltar. E se trocam as caixas? E se entregam as cinzas de outro cadáver? Melhor não pensar nisso também.

Enfim, tudo isso nós conversamos num intervalo de 20 minutos. O resto eu fui procurando na internet. E tem muita coisa para ler!

O fato é que a morte anda tão do nosso lado quanto o simples fato de estarmos vivo. E precisamos pensar no futuro. Na boa eu nem sei por que fiz este plano funeral. Mas com certeza é um problema a menos, não para mim, mas para quem ficar.

Um comentário:

Sem Noção disse...

Olha que legal.
Após o velório, a família, quando mandar o finado para a cremação, ainda pode encomendar alguns "garafons" de vinho pra entregarem junto com a tal caixinha.

Vou me especializar neste ramo :)

 
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