04/12/2011

1998 (6)

Me lembro como se fosse hoje.
Levante e fui até o banheiro. Não tinha nada para fazer no banheiro, mas eu fui.
Lá, me sentei, disfercei um pouco, conversei sozinha. Disse para mim mesma "não acredito que vou ter que fazer isso".
 
Passei uma água no rosto, me olhei no espelho e me intimei. Volta lá naquela mesa agora e te gruda!
 
Voltei para a mesa e o papo continuo.
Naquel mesmo tom, provocante sabe?
Tipo " eu sei que tu sabe e tu também sabe que eu sei... eu sei que tu quer e eu também quero".
 
Daí foi a vez dele ir no banheiro. Será que foi fazer a mesma coisa que eu? Conversar sozinho? Se bem o conheço, deve ter rido um pouco da situação...
 
De volta na mesa, agora não tinha mais desculpa.
Ou vai, ou racha!
 
(Momento tenso)
 
Se tivesse que fazer hoje, com a mesma precisão, não sei se conseguiria, mas enfim!
 
Num ato de coragem e até porque não dizer, insanidade me joguei nele!
Sim, joguei, e beijei! Muuuuito!
 
Passou um filme na minha cabeça na hora tipo " meu Deus, foi".
Foi um momento mágico, confesso. Tenso, mas mágico!
Era algo que estava por acontecer a tempos já, mas sei lá. Faltava coragem, eu acho.
 
Lembra do feriado de 02 de Novembro em Ipanema? Pois então, lá já devia ter rolado, mas não rolou. Nem com o golpe do frio. Apenas um ameaço e um mega frio na barriga cada vez que ele chegava perto.
 
Mas voltando, nesta noite, depois do beijo, foi uma sensação de alivio, mas logo em seguida um medo do que viria pela frente.
Rimos um pouco e dai eu comecei a chorar, e muito!

E dai a pergunta "porque está chorando"?
Eu respondi (soluçando) que eu SEMPRE QUIS ISSO!
Mesmo com o nosso passado, com as nossas histórias, o que passamos juntos, eu sempre quis ele pra mim por inteiro.
E resposta dele foi a melhor possível: outro beijo tão intenso quanto o primeiro.
Mais choro ainda, mas dos 2 lados.
 
Naquele momento o chão se abriu (a Andradas era pouco para nós 2), o coração saiu pela boca e eu, apesar do choro, sorria por dentro. Vontade de gritar, sair correndo. Não sabia o que seria de nós nos próximos dias, mas naquele momento estava realizada.
 
O problema é que estava tarde e eu precisava voltar para casa.
Minha irmã e meu cunhado vieram me buscar, de carro.
Ainda em estado de graça, eufóricos e em prantos, ele me levou até o carro e nos despedimos.
Fim daquela noite maravilhosa (a primeira de muitas) e o início de uma grande história.

Ah, lembra aquela vontade de gritar?
Pois então...
Coitada da minha irmã e do meu cunhado!
Confesso que além de embriagada de amor, estava embriagada com as cervejas que tomamos!
 
Resultado: gritei!
Tipo aquele grito de gol preso na garganta que durante anos não foi possível comemorar!
"Eu não acredito, 12 anos! 12 anos! 12 anos"

E isso foi durante um trajeto do Centro de Porto Alegre até a zona sul, na Vila Nova, tipo 1h da manhã.

Os 2 na frente conversanso sobre sei lá o que e eu só sabia dizer (gritar): 12 anos!

(continua)

Um comentário:

Sem Noção disse...

Estamos aguardando pela continuação.
hehehe!

 
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